domingo, setembro 23, 2007

Não sei me repita, se me deito fora, se me rasgo em mil bocados, se me volto a colar com fita cola. Se me reavalio, me reconstituo, me faço parar e me recomeço…. Me reinvento. Falta-me o primordial e umbilical objectivo de ser para que saiba depois o que fazer. Como saberei eu o que fazer comigo se não sei realmente o que sou e para que sirvo?


Derrotista? Pessimista?



Não me parece.



Parece-me que quem resolveu esta questão passou-lhe à frente, contornou, não evitou numa preguiça comodista e saudável. Esse sim o verdadeiro e honesto (?) modo de bem viver. Mas e se fosse questionado?… Se fosse realmente imperativo saber… Escolheria certamente a religião à resposta simples: Somos feitos para comer, foder e morrer.



E como é que se encaixa aqui uma inquietação?

9 comentários:

Haddock disse...

witkin????????
magnífico!!!
ilustração melhor é impossível...

quanto à inquietude, estranhamente ela convive bem com a preguiça. quase que convida a que mergulhemos nela!!

manda a honestidade intelectual que não finjamos que fazemos para assim nos cansarmos de nós.

(isto não faz sentido nenhum, pois não?? acordámos assim...)

estimado crocodilo, gramei imenso (mais) este post!!

abraço!!

Mig disse...

Witkin, pois claro!!! Como não?!? (o brilhantismo dos fregueses esconde a quase imperdoável ausência de legenda)

É pela guerra/convívio constante entre inquietude e preguiça que, por honestidade, se posta.

…até ver…

Haddock disse...

...
não nos sobrestimes, estimado crocodilo. witkin já foi nosso convidado de honra. inefável beleza do grotesco... um escândalo!

... e bem dito!

vénia...

Isabel disse...

Gostei muito.
Mesmo.
Derrotista!
Pessimista!
Não!
Nem pensar.
Nada há de derrotismo ou pessimismo na consciencialização.
Nem no simples assumir da falta de certezas.
Sempre achei que certezas a mais são prova de estupidez.
Pensar é duvidar ou não?
Seguir em frente, contornando, sem saber para onde nem porquê é o quê?
Optimismo ou idiotice.
Crença?
Sou uma inquieta preguiçosa.
Maldita/bendita cabeça que não pára.
Sempre foi assim.
Diziam que eu era parada.
Não era... estava.
Sentada no sofá olhando o infinito o dia todo, diziam.
O infinito que eu olhava era eu.
E olhava e não me chegava o que via.
Era pouco.
Muito pouco.
Recentemente vi mais.
Longe daqui.
Longe do cinzento.
Do barulho sem som.
Do politicamente correcto, sem correcção e sem politica.
Perto do mais simples e do mais básico consegui ver mais do meu complicado eu. Ainda assim sem fazer grandes escolhas, vou escolhendo quando tem de ser, grandes escolhas e grandes certezas não podem existir numa cabeça cheia de duvidas pois não?
E repito, pensar é duvidar não é?

Ah, doce/amarga inquietação preguiçosa.
Identificação______________________
Proximidade________________________
União na força da dúvida___________

Se fosse imperativo escolher?
Certamente a religião, o impulso da certeza da fé.
Antes isso ao estou aqui e sou o que sou porque sim.

Ainda bem que não é imperativo escolher.

Deixem-me no meu descanso inquieto.
Preguiçando minha duvida permanente.
Na minha herege oração à dúvida.
Prazeirosamente enaltecendo a voz do silêncio.

Gostei de aqui estar.
Vou voltar.
Identificação.
Soube bem.

Isabel

Haddock disse...

...

bem... esmola desta nunca tive!!!
e olha, mig, que a isabel é minha freguesa!!

Haddock disse...

mig, não penses que não ando por aqui...

Haddock disse...

...
é que ando mesmo!!

Haddock disse...

estimado crocodilo, comé??

Anónimo disse...

archimboldo mais greenaway somando a cabe�a de s jo�o batista!?

perdi o apetite, j� vou...boa noite.